Paróquia de Santo Antônio Tiradentes MG

Capela de Santo Antônio do Canjica

O bairro do Canjica, principal área de exploração aurífera no início do século XVIII, transformou-se com o passar tempo em importante eixo da ocupação populacional do núcleo urbano, conforme é destacado pelo IPHAN.

Segundo a tradição oral, teriam existido duas pequenas ermidas dedicadas a Santo Antônio na cidade, uma que deu origem a atual capela de Santo Antônio do Canjica e outra mais afastada, que foi demolida e de onde teria vindo a imagem do oratório da sacristia da capela atual, cuja datação precisa não é possível estabelecer.

O bispo de Mariana, Dom Frei Cipriano de São José, no relato de sua visita pastoral realizada em 1800 na comarca, menciona a capela de Santo Antônio do Canjica e a permissão dada para se demolir uma das capelas. Além dessa referência, tem se informação sobre um casamento realizado em 1802 na então “ermida de Santo Antônio do Canjica”.

Em 1848, o templo passou por remodelação, com a substituição das telhas do telhado e de algumas paredes que passaram a ser de tijolos. Foi construída uma torre baixa com sineira, instalados forros de friso de pinho no teco e revestido o piso com tacos de madeira.

Na década de 1970, nova reforma substituiu o piso por marmorite rosa e foi demolido o antigo altar com trono em degraus escalonados, pintado em azul com frisos dourados e flores vermelhas.

De acordo com o IPHAN, além de móveis e do oratório com a primitiva imagem do orago, restaram do templo original três paredes de taipa, imagens de Santo Antônio, Nossa Senhora da Conceição, São João de Deus e uma Santana de barro cozido.

A humilde Capela de Santo Antônio do Canjica não está dentro do núcleo histórico de Tiradentes, mas é considerada pelo IPHAN como parte do conjunto arquitetônico e paisagístico da cidade.Pela tradição, foi construída em 1702 pelo bandeirante João de Siqueira Afonso. Não é de todo improvável que a primitiva capela seja do início do século 18.

A parte arquitetônica e decorativa é extremamente simples, sendo seu interior desprovido de altares. Na parte exterior, ao lado esquerdo, há um cruzeiro com a simbologia da paixão de Cristo.

O curioso qualitativo “do canjica” tem sua explicação no fato de que as pepitas de ouro encontradas próximas à capelinha eram grandes como um grão de milho.